ATA DA SÉTIMA
SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA
LEGISLATURA, EM 07-3-2007.
Aos sete dias do mês de
março do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio
Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e cinco
minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli
Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo,
Clênia Maranhão, Dr. Raul, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio
Dib, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa,
Nilo Santos e Professor Garcia. Constatada a existência de quórum, a Senhora
Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Dr.
Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, João Carlos Nedel, José
Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Márcio Bins Ely, Maria Luiza, Mario
Fraga, Maristela Maffei, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. À MESA, foram encaminhados:
pela Mesa Diretora, o Projeto de Resolução nº 034/07 (Processo nº 1134/07);
pelo Vereador Carlos Todeschini, os Projetos de Lei do Legislativo nos
243 e 259/06 (Processos nos 5921 e 5954/06, respectivamente); pelo
Vereador Ervino Besson, o Pedido de Providência nº 238/07 (Processo nº
1075/07); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providência nos
231, 232, 233, 234, 235, 236, 237, 239, 245, 246, 247, 248, 249, 250, 251, 252,
253, 254, 255, 256, 257, 260, 261, 262 e 263/07 (Processos nos 1057,
1058, 1059, 1060, 1061, 1062, 1063, 1076, 1118, 1119, 1120, 1121, 1122, 1123,
1124, 1125, 1126, 1127, 1128, 1129, 1130, 1150, 1151, 1152 e 1153/07,
respectivamente); pelo Vereador José Ismael Heinen, o Pedido de Providência nº
258/07 (Processo nº 1148/07); pela Vereadora Maria Celeste, os Pedidos de
Providência nos 264 e 265/07 (Processos nos 1154 e
1155/07, respectivamente); pela Vereadora Neuza Canabarro, os Pedidos de
Providência nos 240, 241, 242, 243 e 244/07 (Processos nos
1112, 1114, 1115, 1116 e 1117/07, respectivamente), o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 002/07 (Processo nº 0517/07), o Projeto de Lei
do Legislativo nº 245/06 (Processo nº 5923/06) e, juntamente com os Vereadores
Alceu Brasinha, Carlos Todeschini e Sebastião Melo, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 008/07 (Processo nº 0501/07). Também, foi apregoado o Ofício nº
168/07 (Processo nº 1147/07), do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre,
informando que se ausentará do Município das dezessete horas de hoje às vinte e
três horas de amanhã, quando participará de reuniões referentes à Conferência
Mundial sobre o Desenvolvimento de Cidades, a serem realizadas em Brasília –
DF. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 2078, 2532, 2790, 3203,
3559, 3646, 3714, 4010, 4102, 4451, 4852 e 5019/07, do Fundo Nacional de Saúde
do Ministério da Saúde. Na ocasião, constatada a inexistência de quórum
deliberativo, deixaram de ser votadas as Atas da Sessão de Instalação, da
Primeira Sessão Ordinária e da Primeira e Segunda Sessões Extraordinárias da
Terceira Sessão Legislativa Ordinária. A seguir, a Vereadora Clênia Maranhão
formulou Requerimento verbal, solicitando a suspensão dos trabalhos da presente
Sessão, tendo se manifestado a respeito o Vereador Haroldo de Souza. Às
quatorze horas e quinze minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às quatorze horas e dezoito minutos, constatada a existência de
quórum. Em continuidade, constatada a existência de quórum deliberativo, foi
aprovado Requerimento verbal formulado pela Vereadora Clênia Maranhão,
solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib contestou a redução dos índices de
rendimento de contas de poupança no Brasil, argumentando que esse tipo de
investimento é utilizado majoritariamente por pessoas de baixa renda. Nesse
sentido, afirmou que, com essa alteração, o índice de reajuste anual das contas
de poupança passará a ser menor do que o cobrado mensalmente por bancos na
concessão de empréstimos a seus clientes. O Vereador Adeli Sell rechaçou a
forma como a Secretaria do Planejamento Municipal vem conduzindo o processo de
revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre.
Também, referiu-se a artigo publicado pelo Senhor Pedro Zabaleta, Presidente da
Associação Empresarial Nova Azenha, contrário ao Projeto Portais da Cidade.
Finalizando, cobrou do Governo Municipal a resposta de Pedidos de Informação
encaminhados por esta Casa. Após, foi apregoada a Emenda nº 08, de autoria do
Vereador Claudio Sebenelo, Líder da Bancada do PSDB, subscrita pelo Vereador
Luiz Braz, ao Projeto de Lei do Executivo nº 054/06 (Processo nº 5677/06). Em
prosseguimento, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA
e aprovado Requerimento verbal formulado pela Vereadora Maristela Meneghetti,
solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do
Dia, conforme deliberado pelo Colégio de Líderes. A seguir, em face de
questionamentos formulados pela Vereadora Sofia Cavedon, a Senhora Presidenta
prestou esclarecimentos acerca da Emenda nº 08, aposta ao Projeto de Lei do
Executivo nº 054/06. Também, a Vereadora Clênia Maranhão formulou Requerimento
verbal, solicitando a suspensão dos trabalhos da presente Sessão. Às quatorze
horas e trinta e seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às quatorze horas e quarenta e nove minutos, constatada a
existência de quórum. Em continuidade, foi apregoada a Emenda º 09, de autoria
dos Vereadores Adeli Sell, Líder da Bancada do PT, Bernardino Vendruscolo,
Líder da Bancada do PMDB, Claudio Sebenelo, Líder da Bancada do PSDB, Clênia
Maranhão, Líder da Bancada do PPS, João Antonio Dib, Líder da Bancada do PP,
José Ismael Heinen, Líder da Bancada do PFL, Maria Luiza, Newton Braga Rosa,
Nilo Santos, Professor Garcia e Sofia Cavedon, ao Projeto de Lei do Executivo
nº 054/06. Também, a Vereadora Clênia Maranhão manifestou-se acerca da
apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 054/06. Ainda, por solicitação da
Vereadora Sofia Cavedon, foi realizada a releitura da Emenda nº 09, aposta ao
Projeto de Lei do Executivo nº 054/06. Após, foi aprovado Requerimento de
autoria do Vereador Professor Garcia, solicitando que as Emendas nos
08 e 09, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 054/06, fossem dispensadas
do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Também, foi aprovado
Requerimento de autoria dos Vereadores Adeli Sell, Clênia Maranhão, Guilherme
Barbosa, Maria Luiza, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos e Professor
Garcia, solicitando a retirada de tramitação das Emendas nos 01, 02,
04 e 05, da Subemenda nº 01 à Emenda 01 e da Subemenda nº 01 à Emenda nº 02,
apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 054/06. Em Discussão Geral e Votação,
foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 054/06, com ressalva das Emendas
a ele apostas, por trinta e um votos SIM, após ser encaminhado à votação pelos
Vereadores Sofia Cavedon, Professor Garcia, Newton Braga Rosa, Márcio Bins Ely,
Sebastião Melo, Maristela Maffei, José Ismael Heinen e Nilo Santos, em votação
nominal solicitada pela Vereadora Maristela Meneghetti, tendo votado os
Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho,
Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo,
Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Guilherme Barbosa,
Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz
Braz, Marcelo Danéris, Márcio Bins Ely, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela
Maffei, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Newton Braga
Rosa, Nilo Santos, Professor Garcia, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Na
ocasião, foi aprovado Requerimento verbal formulado pela Vereadora Maristela
Meneghetti, solicitando que as Emendas nos 03, 06 e 09, apostas ao
Projeto de Lei do Executivo nº 054/06, fossem votadas conjuntamente, conforme
deliberado pelo Colégio de Líderes. Em seguida, foram votadas conjuntamente e aprovadas
as Emendas nos 03, 06 e 09, apostas ao Projeto de Lei do Executivo
nº 054/06, por trinta votos SIM, em votação nominal solicitada pela Vereadora
Maristela Meneghetti, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha,
Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto,
Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Ervino
Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos
Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Márcio Bins Ely, Maria
Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila,
Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa, Nilo Santos, Professor Garcia, Sebastião
Melo e Sofia Cavedon. Em continuidade, por solicitação do Vereador Sebastião
Melo, foi realizada a releitura da Emenda nº 08, aposta ao Projeto de Lei do
Executivo nº 054/06. Ainda, em face de Questão de Ordem e manifestações
formuladas pelos Vereadores Claudio Sebenelo e Sebastião Melo, a Senhora
Presidenta prestou esclarecimentos acerca da votação da Emenda nº 08, aposta ao
Projeto de Lei do Executivo nº 054/06. Após, foi rejeitada a Emenda nº 08,
aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 054/06, por treze votos SIM e
dezesseis votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo,
tendo votado Sim os Vereadores Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Ervino
Besson, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz,
Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila, Neuza
Canabarro e Sebastião Melo e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni,
Almerindo Filho, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, Dr.
Goulart, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, Marcelo Danéris,
Maria Luiza, Maristela Maffei, Nilo Santos, Professor Garcia e Sofia Cavedon.
Em prosseguimento, a Vereadora Clênia Maranhão manifestou-se acerca da
apreciação do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 002/07. Também, foi
aprovado Requerimento de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, solicitando o adiamento,
por uma Sessão, da discussão do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
001/07 (Processo nº 0143/07). Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 002/07, após ser encaminhado à votação
pelos Vereadores Guilherme Barbosa, Elói Guimarães, João Antonio Dib, Luiz
Braz, Sebastião Melo e José Ismael Heinen e pela Vereadora Clênia Maranhão. Às
dezesseis horas e vinte e três minutos, constatada a inexistência de quórum, em
verificação solicitada pelo Vereador Professor Garcia, a Senhora Presidenta
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos
pelas Vereadoras Maristela Meneghetti e Neuza Canabarro e secretariados pelos
Vereadores Alceu Brasinha e Aldacir Oliboni. Do que eu, Alceu Brasinha, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta em exercício.
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para um
Requerimento.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Srª
Presidenta, solicito que, neste momento, façamos uma interrupção de dois
minutos no nosso trabalho, para que os Líderes de Bancada possam consensuar a
orientação da Ordem do Dia.
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Concedido.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Eu
só acho estranho que nós tenhamos reuniões todas as manhãs, acertemos os
trabalhos aqui da Casa e, quando chega a tarde, se pede a paralisação da
Sessão, para que tudo seja acertado de novo. Um dia nós teremos um acerto
definitivo.
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Vereador.
Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h15min.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti
- 14h18min): Estão reabertos os trabalhos. A Verª
Clênia Maranhão está com a palavra para um Requerimento.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Srª
Presidenta, nessa rapidíssima reunião do conjunto dos Líderes de todas as
Bancadas, tomamos a seguinte posição, que queríamos passar para Vossa
Excelência: exatamente neste momento, solicitamos que entremos em Comunicações,
quando falarão apenas, por acordo, dois Vereadores em Comunicação de Líder, um
da Bancada do PP, e outro da Bancada do PT. Passado esse momento, que seja
feita a verificação de quórum para entramos na Ordem do Dia. Ai, nós entraremos
na discussão. Portanto primeiro falarão as Lideranças; depois teremos a Ordem
do Dia e entraremos imediatamente na votação do Projeto que trata dos Conselhos
Tutelares.
Em
relação a esse Projeto, nós construímos o seguinte acordo: as Emendas que estão
em consenso serão votadas em bloco, e, após a votação do Projeto, serão
votadas, em separado, apenas as Emendas não-consensuadas. Muito obrigada.
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Verª Clênia.
Em
votação o Requerimento, de autoria da Verª Clênia Maranhão, solicitando a
inversão da ordem dos trabalhos. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com o voto contrário do Ver.
Haroldo de Souza.
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, hoje os jornais noticiam mais um avanço da
Febraban no bolso dos pobres poupadores deste País. A conta de poupança foi
criada para que aqueles que têm poucos recursos tenham uma oportunidade de
colocar lá 50 reais mensais, 100 reais, para, quando tiver uma festa para um
filho, uma formatura, ele já tenha um fundo bom para que possa realizar o seu
desejo. E agora a Febraban consegue que a poupança tenha uma redução de 0,5% ao
ano; o rendimento é 6%, 7% ao ano, e a Febraban vai tirar 7,5% também do Fundo
de Garantia dos Trabalhadores. É um crime contra aqueles que têm pouco, porque
os bancos, quando cobram juros daquele que têm uma poupança, se tiverem cheque
especial, o que eles cobram num mês de juros é mais do que rende a poupança o
ano todo. E a Febraban teve o apoio
do Banco Central, do Copom e de
todos mais. Quem um dia vai se lembrar do povo que precisa ter a sua poupança
melhorada? Eu imaginava, quando ouvi dizer que haveria alteração na poupança,
que não seria 0,58% no mês de março, ou 0,62%; eu imaginei que passaria para perto de 1% ao mês. Não, eles vão tirar mais daqueles que
têm pouco para dar àqueles que têm muito.
A
Febraban está tão bem nos seus recursos que um débito que deveria ser pago em
dez anos, ela pagou em uma vez só. Portanto eu fico profundamente entristecido.
Eu não posso fazer nada, a não ser reclamar, a não ser dizer que os bancos,
mais uma vez, avançam no bolso daqueles que têm muito pouco, porque os que têm
muito, inclusive, podem colocar condições para o banco. Para os que têm pouco
nem é aberta a porta do banco, para que entrem e solicitem um empréstimo. E os
empréstimos que os bancos estão buscando para desconto em folha são de 3% ao
mês, e a poupança vai pagar 3% ao ano.
Portanto
faço esse registro da minha tristeza, e deve ser a tristeza de muitos brasileiros
que fazem, na poupança, uma economia forçada, para que um dia possam resolver o
problema de um filho, de um irmão, de um parente, de uma doença, enfim, uma
reserva para o futuro, que o Governo agora vai tirar, porque a Febraban quer
que assim seja. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. João Antonio Dib.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ADELI SELL: Verª
Maristela Meneghetti, Presidenta dos trabalhos; colegas Vereadores e
Vereadoras; cidadãos e cidadãs; nós vamos hoje votar e resolver o problema das
próximas eleições dos Conselhos Tutelares. No entanto, antes disso, nós
queremos cobrar da representação do Governo Municipal a forma como trata
algumas questões desta Cidade.
Na
segunda-feira, inclusive elogiamos aqui a postura da Secretaria do Planejamento
Municipal de ir discutir as questões do Plano Diretor nas regiões de
planejamento. A surpresa foi que, segunda, à noite, aqui nesta Casa, o
Plenarinho Ana Terra estava lotado, e houve uma longuíssima explanação do Sr.
Secretário, detalhadamente, sem que qualquer pessoa pudesse fazer qualquer
pergunta, inclusive nenhuma pergunta para saber como, efetivamente, o debate
será realizado nas regiões do Planejamento. As pessoas que estavam na Mesa
ficaram caladas, inclusive o coordenador da Região do Planejamento, e as
pessoas que acorreram ao evento ficaram pasmas, porque a reunião foi terminada,
de pronto, assim que o Secretário usou da palavra.
É esse o debate sobre o Plano Diretor que esta
Administração quer fazer? Se isso fosse apenas na segunda-feira! Mas hoje, pela
manhã, houve uma Audiência Pública na EPTC para discutir os Portais da Cidade.
Um aparato foi montado: Brigada Militar, Guardas Municipais e “azuizinhos”
fecharam a ruela na frente da EPTC, como se ali fosse ocorrer uma grande
revolução. Não mais do que 20 pessoas estavam no plenário, e algumas pessoas
não conseguiram entrar, porque essa era uma atividade para os empresários. Só
que isso ninguém avisou; então, algumas pessoas que não eram empresários
entraram; outras que não eram empresários não entraram, mas o que nos chama a
atenção é que não se quer debate; perguntas apenas por escrito e um aparato,
como se nós tivéssemos que enfrentar uma gravíssima manifestação, ou que uma
turba, a plebe, viesse adentrar a EPTC. É mau, muito mau o procedimento da
Prefeitura! Até porque, sobre a questão dos Portais da Cidade, não é apenas a
nossa Bancada que faz questionamentos, ou alguns setores da sociedade que já se
mobilizaram.
(Mostra a revista.) Esta não é revista do PT, Ver.
Guilherme Barbosa; esta é uma revista dos empresários de Porto Alegre; o
Sindilojas representa 12 mil lojistas. Nós temos, na sua página três, um artigo
de um comerciante da Azenha, Pedro Zabaleta, colocando questionamentos acerca dos Portais da
Cidade - no dia 13 o povo estará aqui para cobrar. Só vou ler uma frase, para
que as pessoas possam ter uma idéia do questionamento do presidente da
Associação Empresarial Nova Azenha, Sr.
Pedro Zabaleta. Ele diz
(Lê.): “Há uma infinidade de questões que merecem consideração e respostas.
Muitos empreendimentos, empregos e tributos estão em jogo. Queremos o
crescimento e a evolução do nosso centro comercial. Queremos a melhor solução possível, e
só será possível se favorável à comunidade empresarial do bairro
Azenha”. Isso depois de todos os questionamentos que faz esse cidadão.
Nós
também queremos aqui, mais uma vez, colocar: se, em 14 dias, a contar de
segunda-feira, não responderem aos Pedidos de Informações - e são vários que a
nossa Bancada fez e que não foram respondidos -, vamos entrar, em bloco, com
uma farta documentação no Ministério Público, porque determina a Lei Orgânica
que os Pedidos de Informações sejam respondidos pelo Município. E, como
perguntar não ofende, eu pergunto: onde estão os 14 CCs da EPTC que não
trabalham lá? E, afinal de contas, não vão responder sobre o problema do
sujeito que trabalha de manhã na CARRIS e assina cartão de ponto à noite?
Perguntar, Ver. João Dib, nunca ofendeu ninguém. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Apregôo a Emenda nº 08 ao PLE nº 054/06 (Lê.): “Acrescenta
o art. 12 ao Projeto como segue, renumerando-se os demais:
Art.
12. Altera o art. 29 da Lei n.º 7.595, de 17 de janeiro de 1995, que passa a
ter a seguinte redação: ‘Art. 29. O eleitor votará na mesa receptora
correspondente à sua zona eleitoral, podendo votar em apenas um candidato de
qualquer Microrregião.’ Justificativa. Trata-se de medida de adequação à
moralidade. Apesar de não ser possível a apresentação de chapas, na prática são
apresentados ‘santinhos’ com o nome de cinco candidatos, induzindo o eleitor à
votação nominal em bloco, o que equivale a votar em uma chapa. Sala das Sessões,
1º de março de 2007”. Assinada pelo Ver. Claudio Sebenelo.
Havendo
quórum, passamos à
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Em discussão o PLE nº 054/06. (Pausa.)
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Srª
Vereadora-Presidente, eu queria pedir um esclarecimento, para não entrarmos em
debate de discussão; achamos que podemos começar pelos encaminhamentos. Não
ficou claro para mim se há o ingresso de uma última Emenda que modifica a
questão da entrega dos títulos para 15 dias antes da prova. Gostaria de saber
se existe essa Emenda e que número ela é?
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Não, a Emenda que acabou de ser apregoada foi a Emenda nº
08, da qual todos os Vereadores já receberam cópia.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Srª
Presidente, procurando agilizar o processo, eu peço, de novo, que, por três
minutos, V. Exª suspenda os trabalhos, para chegarmos a um acordo com relação
às Emendas.
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Está certo. Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h36min.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti - 14h49min): Estão reabertos os trabalhos.
Apregôo
a Emenda nº 09 ao PLE nº 054/06 (Lê.): “Substitui a redação do inciso V do art.
6º. Ter participado, nos cinco anos imediatamente anteriores à inscrição, de
cursos, seminários ou jornadas de estudos cujo objeto seja o Estatuto da
Criança e do Adolescente, ou ainda discussões políticas de atendimento à
criança e ao adolescente realizadas ou que tenham certificados reconhecidos por
entidade técnica, científica ou órgão público em módulos com duração mínima de
dez horas e com carga horária total mínima de 120 horas, devidamente
comprovadas até a data da inscrição. Transitoriamente, nas eleições de 2007, a
carga horária total mínima será de 80 horas, e a comprovação poderá ser feita
até 15 dias corridos anteriores à data da aprovação. Justificativa da tribuna.”
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª
Presidenta, agradecendo os Líderes de todas as Bancadas que propiciaram acordo,
comunico a V. Exª que também houve um acordo visando a agilizar o processo que,
em relação ao Projeto dos Conselhos Tutelares. Nós todos, Vereadores e
Vereadoras, abriremos mão do processo de discussão, entraremos imediatamente no
processo de encaminhamento e também manteremos
a decisão da reunião anterior: que as Emendas e consensos serão votados em
bloco, e que apenas será votado, em separado, uma Emenda que não está em
consenso, e que essa, sim, será palco de intervenções, caso assim haja decisão
dos Vereadores e Vereadoras.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Presidente,
eu solicito uma releitura para confirmação de que V. Exª leu “15 dias corridos
anteriores à data da aprovação”, pelos termos deveria ser da “prova”. Então, eu
pergunto se está escrito ou se foi um equívoco.
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): (Lê.): “Transitoriamente, nas eleições de 2007, a carga
horária total mínima será de 80 horas, e a comprovação poderá ser feita até 15
dias corridos anteriores à data da prova”.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Houve
só uma desatenção na leitura. Muito obrigada, Presidenta.
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Professor
Garcia, que solicita a dispensa do envio das Emendas nºs 08 e 09 ao PLE nº
054/06 à apreciação das Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 5677/06 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 054/06,
que altera a estrutura do Conselho Tutelar da Prefeitura Municipal de Porto
Alegre pela criação de vagas de Conselheiro Tutelar, dispõe sobre o processo
eleitoral dos Conselheiros Tutelares, e dá outras providências. Com Emendas
nºs 01 a 06. Com Subemenda nº 01 à Emenda nº 01. Com Subemenda nº 01 à Emenda
nº 02.
Parecer Conjunto:
- da CCJ, CEFOR,
CUTHAB, CECE, CEDECONDH e COSMAM. Relator-Geral Ver. Professor Garcia: pela
aprovação do Projeto e das Emendas nºs 02, 03 e 06 e pela rejeição das Emendas
nºs 01, 04 e 05, da Subemenda nº 01 à Emenda nº 01 e da Subemenda nº 01 à
Emenda nº 02.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 101 da LOM;
- retirada a Emenda nº 07;
- restou empatado o Parecer na CECE e na
CEDECONDH com Relação à votação do Projeto
e das Emendas nos 1, 2,
3, 4 e 5 e das Subemendas nº 01 às Emendas nos 1 e 2 e na
CEDECONDH com relação à votação da Emenda nº 06;
- incluído na Ordem do Dia em 07-03-07.
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Em discussão o PLE nº 054/06. (Pausa.) Conforme acordo, não
há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) A Verª Sofia Cavedon está com a
palavra para encaminhar a votação do PLE nº 054/06.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Vereadora-Presidente,
Maristela Meneghetti, a quem parabenizo por assumir hoje a presidência da Casa,
nossa Vice-Presidenta; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, em nome da Bancada do
Partido dos Trabalhadores, encaminho para votação final o Projeto que modifica
a Lei dos Conselhos Tutelares.
Quero
agradecer ao Ver. Adeli Sell, nosso Líder, pela possibilidade deste espaço.
Quero citar que temos que nos congratular com o conjunto dos Conselheiros
Tutelares e da sociedade civil pelo êxito dessa empreitada. Sabemos que esse
tema sempre é um tema extremamente complexo; há uma dificuldade muito grande de
a sociedade entender o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente como algo
positivo para a Cidade, para a sociedade, para as questões da violência. As
questões dos direitos humanos são muitas vezes entendidas distorcidamente. O
papel dos Conselheiros Tutelares, às vezes, é mal entendido e, muitas vezes,
mal interpretado e colocado como o grande responsável pela omissão e pelos
problemas com a criança e o adolescente. E o fato de fazermos um processo
bastante tranqüilo, diante dessa conjuntura, um processo maduro, um processo
onde diferentes Bancadas, diferentes visões acumulam para uma qualificação do
processo de escolha é extremamente positivo e corresponde à história da nossa
Cidade: a vanguarda, o protagonismo que a nossa Cidade tem, sendo a primeira a constituir
os seus Conselhos Tutelares.
Nós entendemos importante que estejam sendo
ampliadas duas regiões; sabemos que essa ampliação demorou a acontecer, é um
amadurecimento, e ela deve continuar, porque não há condições de atender o
conjunto de demandas e fazer um trabalho bastante sério e eficaz para todas as
crianças, enquanto tivermos pouca estrutura. Então, esse é um avanço
importante.
Ao lado disso, o avanço para maior exigência na
apropriação dos conteúdos legais, a acumulação do movimento social em relação
aos direitos da criança e do adolescente, a apropriação dos processos tão
qualificados que já se construiu em relação ao tratamento, em relação à
ressocialização, em relação ao nosso adolescente, que o recuo, pelo menos
momentâneo, em relação à redução da idade penal são reflexos dessa apropriação
coletiva no Brasil de uma maior proteção, de uma maior responsabilização dos
adultos e das políticas do que da própria vítima. Então, esse é um processo
importante para refletirmos, estamos refletindo na mudança da lei, e é esse
acúmulo que devemos comemorar.
Acho que, também, o dilema que nós vivemos agora na
questão de um possível casuísmo no ano eleitoral, debates acirrados que
fizemos, resultaram em um bom acordo que, para este ano, se flexibiliza um
pouco mais o tempo para essa formação específica, que é uma novidade que está
se exigindo, não é, Ver. Todeschini? Chegamos a um acordo interessante, é um
acordo apenas para este ano.
Acho que esta construção
que a nossa Bancada, também, com emendas do Ensino Médio, recua, mas é uma
construção que já aponta para daqui a dois anos, quem sabe, avançarmos mais,
prevenirmos mais os futuros candidatos para que busquem mais formação que é
necessária, que ela dá muito suporte.
Ela não é o único critério, mas ela dá muito suporte para poder atender
situações tão complexas, ou seja, vamos aprovar uma lei que avança e que aponta
para mais avanços, daqui a dois anos. Então, me parece que é um processo que
chega a bom termo, não temos
acordo, Ver. Sebenelo, e depois faremos esse debate, mas a possibilidade de
votar apenas em um, achamos que restringe, que não permite a democracia e a
pluralidade.
Teremos
divergências nessa Emenda, mas a nossa Bancada vai votar, fundamentalmente, e
encerro falando, tenho certeza, em nome de todos os Vereadores, no processo
qualificado, plural, continuado e responsável que os Conselheiros, no seu
conjunto, fizeram junto ao Governo Municipal e a esta Câmara. Parabéns e boa
votação a todos. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Professor Garcia está com a
palavra para encaminhar a votação do PLE nº 054/06.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, saúdo V. Exª pela
assunção ao cargo, hoje e amanhã, na presidência da Casa; Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, senhores Conselheiros, demais interessados no tema, quero, aqui,
fazer um relato importante - e falo em meu nome e em nome da Verª Clênia
Maranhão - sobre os avanços construídos nesse Projeto de Lei.
É
importante salientar que, a cada ano que passa, em cada nova eleição, tem-se
procurado aprimorar o processo. Mas quero que os senhores prestem atenção
naquilo que vou falar.
Até
a última eleição, não era exigida nenhuma escolaridade dos candidatos. Agora,
numa construção coletiva, está previsto que tenha, no mínimo, o ensino
fundamental. Também, antes, exigiam-se certificados, mas não se determinava o
tipo de certificado, de qual área específica.
Então
foi colocado que, nesta eleição, cada um dos candidatos terá de apresentar, no
mínimo, 80 horas de cursos, e cada curso com, no mínimo, 10 horas, e só será
válido dos últimos cinco anos. Ou seja, buscando sempre o aprimoramento, porque
quem atua com criança e adolescente sempre deve estar atualizado. E também
ficou acordado que, na próxima eleição, serão exigidas 120 horas de carga
horária total mínima.
Quero
dizer que um dos grandes avanços - porque sabemos das dificuldades dos diversos
conselheiros na sua atuação - é que o Prefeito Fogaça, junto com a equipe
econômica, vai possibilitar que, no próximo ano, Porto Alegre possa ter um
acréscimo de 25% no número de seus conselhos e conselheiros, ou seja, de oito
regiões, para dez regiões, e de 40 conselheiros, para 50 conselheiros. Ora,
isso é um avanço; sabemos que ainda não é o ideal, mas é aquilo que foi
permitido, são os recursos que estão sendo permitidos, mas acreditamos que, com
50 conselheiros, certamente a criança e o adolescente da nossa Cidade serão
melhor atendidos.
Então,
eu tinha que fazer esse registro, porque são importantes essas questões e
também a forma como foram construídas.
Está
aqui conosco o Sr. Francisco Geovani, Coordenador da Comissão de Leis do
Conselho Tutelar de Porto Alegre.
Sr.
Geovani, eu vou resgatar uma parte da sua fala, recentemente referida, no dia
15 de fevereiro de 2007. V. Exª diz (Lê.): “Nesse processo, tanto a Prefeitura
como a Câmara de Porto Alegre, no desejo de estarem fazendo uma construção
coletiva nessa alteração da Lei, protagonizaram, pela primeira vez em Porto
Alegre [eu quero ressaltar o termo “primeira vez”] a necessidade de se fazer um
debate mais amplo.”
Em
seguida, ainda, o próprio Conselheiro, Coordenador da Comissão do Conselho
Tutelar ressalta (Lê.): “Quero ressaltar que, como eu já disse, pela primeira
vez, a gente pôde fazer, de uma forma muito transparente, muito exaustiva, essa
discussão da Lei sobre os Conselhos Tutelares, e, com certeza, da forma como
ela foi construída, com todos os segmentos da sociedade de Porto Alegre.”
Então
eu acho interessante resgatar isso, e eu sempre digo que aqui está a democracia
representativa; nós temos, sim, que ter uma interlocução com a sociedade e a
democracia participativa para
ver o anseio da sociedade e quais são as reais necessidades.
Então
eu entendo que esse Projeto vem muito para somar e construir, para que possamos
ter uma evolução no trato da criança e do adolescente da nossa Cidade. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Newton Braga Rosa está com a palavra para encaminhar
a votação do PLE n° 054/06.
O
SR. NEWTON BRAGA ROSA: Srª
Presidenta e Srs. Vereadores, a sociedade porto-alegrense vai viver, daqui a
alguns meses, uma eleição importantíssima em que serão designadas as pessoas
responsáveis por nossas crianças e adolescentes.
Ocupo
a tribuna para resumir alguns pontos que acredito que são importantes. Seria
muito bom que o número de candidatos fosse expressivo, de modo que os eleitores
tivessem opções para escolher aqueles que entendem ser os mais representativos.
Em resumo: a partir de agora, é importante que quem não teve oportunidade
consiga realizar cursos, seminários, jornadas de estudo, que tenham como
objetivo e objeto o Estatuto da Criança e do Adolescente. Mais ainda: podem ser discussões políticas de
atendimento à criança e ao adolescente, com uma ressalva: realizadas por
entidades técnicas, científicas ou órgãos públicos ou por alguma outra
associação que tenha os certificados validados por entidades técnicas,
científicas ou órgãos públicos.
Esses
seminários, jornadas e cursos devem ter uma duração mínima de 10 horas,
totalizando 120 horas. Mas não neste ano. Dado o adiantado do calendário, ficou
decidido neste plenário que, para as eleições de 2007, transitoriamente,
bastarão 80 horas.
Outro
item que foi objeto de uma longa discussão foi o momento em que o candidato
deveria comprovar as 80 horas de cursos, seminários e jornadas técnicas
relacionadas ao Estatuto da Criança e do Adolescente. Ficou decidido que não
será no momento da inscrição, já que essa ocorrerá várias semanas antes da
prova. Ou seja, toda a documentação deverá ser entregue, tendo como data de
referência a data que for fixada para a realização das provas. E a documentação
tem que ser entregue. Isso é importante. Estou pensando nos potenciais
candidatos. A documentação tem que ser entregue nos 15 dias corridos anteriores
à prova.
Eu gostaria, na condição de Vereador, de alertar as
entidades competentes e as autoridades para que seja feita uma ampla
divulgação, porque, dado o adiantado do calendário, seria muito importante que,
o mais breve possível, a população tivesse esses dados à disposição, de modo
que nós tenhamos uma eleição representativa, em que todas as correntes possam
estar devidamente representadas nesse pleito que estará definindo um momento
importante do nosso Estatuto da Criança e do Adolescente na cidade de Porto
Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada,
Ver. Newton Braga Rosa.
O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para
encaminhar a votação do PLE nº 054/06.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Exma Srª
Presidenta Maristela Meneghetti, na pessoa de V. Exª, quero cumprimentar os
demais Vereadores e Vereadoras desta Casa; público que nos assiste, senhoras e
senhores, venho a esta tribuna para encaminhar, em nome do meu Partido, o PDT,
Bancada composta pelos Vereadores Nereu D’Avila, Neuza Canabarro, Ervino
Besson, Mario Fraga e este Vereador.
O encaminhamento do PDT é favorável ao Projeto, e,
neste momento, nós gostaríamos de destacar algumas questões pontuais que
achamos fundamentais para a qualificação e o aprimoramento do Conselho Tutelar
na nossa Cidade, que já vem prestando um relevante serviço às crianças e aos
adolescentes do nosso Município. Primeiramente, nós destacamos que este Projeto
visa não só a ampliar o número de microrregiões a serem abrangidas pelo
Conselho, passando de oito para 10, mas também ampliar o número de conselheiros
tutelares de 40 para 50 e exigir pré-requisitos mínimos de formação, no sentido
de oferecer à população candidatos que tenham melhores condições de estar
atendendo e qualificando o serviço que é prestado pelo Conselho Tutelar na
nossa Cidade.
E é neste sentido que nós damos o encaminhamento
favorável, porque entendemos, sim, que essa exigência do Ensino Fundamental vem
no sentido de qualificar o Conselho Tutelar. Entendemos que, quando o Conselho
Tutelar passa de 40 para 50 Conselheiros, de 08 para 10 regiões de atendimento,
através da ampliação do serviço, nós também estamos qualificando o serviço. E
nós temos certeza de que tudo aquilo que for feito a favor dos trabalhos e das
políticas públicas de atendimento às crianças e aos adolescentes da nossa
Cidade, tudo aquilo que for feito para melhorar esse tipo de atendimento, esse
tipo de política pública oferecida pelo Poder Público ao atendimento dessas
crianças e adolescentes vem em benefício da qualidade de vida da Cidade e para
garantir o futuro da qualidade das gerações vindouras da nossa Cidade.
Quero também fazer um encaminhamento a respeito
dessa Emenda nº 09, emenda de consenso, construída no sentido de se superar uma
interpretação que havia sido apontada e que, pontualmente, poderia trazer uma
dupla interpretação e que agora torna o texto claro, preciso e que também vem
no sentido de qualificá-lo, justamente exigindo dos candidatos ao Conselho
Tutelar que, no período de cinco anos que antecede a prova deste ano, ou seja,
num período que traz temas atualizados - porque cinco anos é um período em que
aquelas pessoas que tenham feito cursos e se qualificado a respeito de temas
que envolvam crianças e adolescentes estarão com os temas atualizados -, que
esses cursos tenham, para as próximas eleições, que incorporar a trajetória
daqueles candidatos, que incorporar a trajetória daqueles que oferecem o seu
nome à Cidade para desenvolver a responsabilidade de serem Conselheiros
Tutelares. Nós entendemos, então, que essas 120 horas que valerão para as
próximas eleições e essas 80 horas que valerão para essa eleição também são uma
maneira encontrada pela oposição e pela Bancada dos Vereadores desta Casa, que
trabalha no sentido de respaldar o Governo, vem para qualificar o serviço dos
Conselheiros Tutelares e, portanto, tem a nossa rubrica, tem o nosso apoio. E
nós temos certeza de que assim, dessa forma, fazendo com que, nesta eleição, a
exigência seja 80 horas, o Projeto não exclui nenhum pretendente, pois foi
construído e debatido com aquelas pessoas que estiveram aqui durante todas
essas duas semanas, onde calorosamente se discutiu o tema e as Emendas. E esse foi o resultado das
intervenções, das contribuições e de todo o debate que girou em torno deste
tema.
Então,
nós temos a certeza e a convicção da qualidade que se está pretendendo, através
desse trabalho, deste Projeto, enfim, do resultado na ponta, porque todos nós
queremos um atendimento de qualidade, um atendimento com profissionalismo, de
respeito do Conselho Tutelar às nossas crianças e adolescentes.
Encaminhamos
pela aprovação. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigado, Ver. Márcio Bins Ely.
O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº
054/06.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; meus colegas Vereadores e colegas
Vereadoras, especialmente Conselheiros, pretendentes a Conselheiros que aqui
estão nesta Sessão em que estamos debatendo e havemos de aprovar esta matéria
tão importante, inicialmente, eu quero cumprimentar o Ver. Professor Garcia,
que coordenou uma Comissão Especial, da qual fiz parte. Lembro-me, Ver.
Professor Garcia, de que, ali no Teatro Glênio Peres, às vezes não havia muitos
nas reuniões, mas havia muito conteúdo e muita paciência de ouvir. E recebemos
extraordinárias contribuições.
Como
é diferente votarmos uma lei, minha querida Verª Sofia, quando temos um acúmulo
de discussão! Eu fico com muita dificuldade quando vejo o art. 81, nesta
Casa, atropelado, sem discussão, sem acúmulo. E vamos aprovar ou não vamos
aprovar?
Veja
que esta Lei não é nem do Governo, nem dos Vereadores, ela é uma Lei que veio
pelo Executivo, mas teve a contribuição da Casa, teve a contribuição dos
Conselheiros, do Conselho, e, portanto, é uma Lei que recebeu várias
contribuições.
E
ela tem avanço, sim. Eu acho que não resolve apenas aumentar o número de
Conselheiros, mas ajuda. O que falta ao Brasil são políticas públicas para os
jovens, para as crianças.
Eu
poderei botar 300 Conselheiros em qualquer cidade, mas, se eu não tiver
políticas públicas para as crianças e para os adolescentes, de pouco vai adiantar.
E
esta é uma discussão que não se pode perder neste momento, porque ela é
fundamental; porque o Brasil, infelizmente, não tem política para a juventude,
não tem política para a adolescência, do ponto de vista da abrangência
necessária que ela requer.
Seguindo,
acho que ter sensibilidade é um requisito que antecede a qualquer curso para
ser Conselheiro. Tem gente que tem cinco diplomas e é de uma insensibilidade
bárbara; portanto não basta ter curso superior. Eu acho que colocar o requisito
de escolaridade da primariedade
foi um avanço construído também nesta legislação, porque está tratando com um
diploma legal, tem que haver interpretação, tem que haver encaminhamento, e o
Conselheiro é o longa manus
do exercício do ECA lá na ponta, às vezes na madrugada, às vezes no final da
tarde. Então, acho que foi um avanço nesse sentido.
Acho também, meus queridos
Conselheiros e Vereadores, que foi um baita avanço a questão dos cursos,
porque, talvez, o pólo Antártico perdesse para a “friagem” dos certificados que
a gente via na hora da inscrição. Entidades que nunca tiveram história com
trabalho de crianças e adolescentes, pessoas que também nunca tiveram apareciam
com certificados até coloridos, bonitos, com letras grandes, dizendo que
estavam habilitadas. Grande mentira!
Então eu acho que também é
extraordinariamente importante o avanço que tivemos do ponto de vista de
construir essa legislação, mas acho, Ver. Garcia, que também é muito importante
- e V. Exª falava muito disso lá na Comissão Especial - a questão dos
forasteiros, ou seja: se eu quero concorrer a Governador, a Prefeito ou a
qualquer cargo, a Lei prevê hoje um ano, e eu acho que é muito pouco, deveria
ser mais. E acho que, se a Reforma Política vier, mesmo que for a conta-gotas,
ela tem que mudar isso. E a Lei não dizia nada; agora diz que tem que ter dois
anos de domicílio para mostrar que aquela pessoa vive naquela comunidade e,
portanto, não vai ser um cidadão que vai chegar lá e vai dizer que é candidato
a Conselheiro Tutelar, que não conhece nada e que vai tomar conta da região.
Acho que a legislação teve avanços.
Eu
queria dizer que nós, no conjunto, vamos votar; há várias Emendas. Acho que há
uma Emenda que vai ser polêmica nesta Casa, nós mesmos vamos formar juízo de
valor dela, mas acho que, de um lado, vai haver pessoas que vão dizer que não
houve tempo para discutir, o que é verdade; esse processo foi todo um processo
de discussão, mas eu acho que ela tem mérito para ser discutida, porque eu já
vi muita gente se eleger na carona de gente boa. Então, eu acho que ela merece
uma boa discussão desta Casa. Portanto, Srª Presidenta, muito obrigado, e, com
certeza, vamos votar favoravelmente ao Projeto. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Sebastião Melo.
Em
votação, o Requerimento desta Presidência, conforme acordo de Lideranças, para
votação em bloco das Emendas nº 03, 06 e 09 ao PLE nº 054/06. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
A
Verª Maristela Maffei está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº
054/06.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras,
senhoras e senhores, Conselheiros e Conselheiras Tutelares e Conselho de
Direitos, infelizmente no nosso País, como muito bem falou aqui o Ver.
Sebastião Melo, existem, sim, inclusive nessa área, muitos forasteiros que
buscam espaço, mas, infelizmente, não é somente nessa área que existem
forasteiros; nós bem sabemos o que pensa a sociedade em relação a nós,
políticos partidários, e sabemos o que pensa a sociedade em relação ao próprio
Judiciário.
Nós
não podemos negar o avanço do processo que estamos tendo, porque os problemas
vão existir, e nós somos parte da sociedade, Ver. Haroldo de Souza, que tem o
dever, a obrigação de estar fiscalizando e zelando por isso, porque fazer valer
o ECA não é só uma obrigação do Conselho Tutelar; é uma obrigação nossa também,
dos pais, dos empresários, dos padres, dos pastores, das freiras, seja quem
for! E veja bem, esse debate, quando discutimos aqui, não é um debate menor,
quando nós estamos frente a um tema tão polêmico como é a questão da maioridade
penal.
Vejam,
senhoras e senhores, que pesquisas realizadas em vários países do mundo mostram
que a pobreza e a violência atingem especialmente as pessoas mais jovens. E o
Brasil tem 25 milhões de adolescentes, cerca de 15% da população brasileira,
segundo o último censo do IBGE. É um País rico em mercado pelas desigualdades
sociais, onde 1% da população rica concentra 13,5% da renda nacional. Ainda bem que hoje a questão dos
jovens, filhos de ricos, também tem de ser discutida sob a orientação do ECA,
porque, antes, era apenas o Código do Menor, onde apenas os empobrecidos eram
colocados como os bandidos; aliás, novamente em pauta, os grandes bodes
expiatórios do momento.
Quero
dizer com isso, senhoras e senhores, que o debate que nós fazemos aqui hoje não
é menor. Vamos continuar tendo problemas, é verdade, mas nós não podemos negar
o processo construído. Este foi o maior e o melhor momento que esta Casa e a
cidade de Porto Alegre conseguiu constituir. Aqui não tem vencidos nem
vencedores. Aqui há ações práticas, e aqueles que estão esperando vão, com
certeza, ter avanços.
E
ainda espero, com todo o respeito, que o Ver. Sebenelo, uma pessoa da área da
Medicina, mesmo ele tendo o direito, enquanto Legislador desta Casa eleito por
uma parte do povo de Porto Alegre, se sensibilize, porque esse processo foi
construído com muitas mãos! Com muitas noites de sono! Com muitos dias em que
nós deixamos de estar com nossos filhos! Nós não podemos negar esse processo,
nós não podemos ser uma exceção. Aqui a unanimidade não é burra, porque foi
construída com diferentes idéias. Esse é o mérito maior!
Portanto,
senhoras e senhores, com diferenças, muitas vezes com embates fortes, nós vamos
votar em conjunto, Ver. Luiz Braz. Nós vamos sair daqui sabendo que, após
termos vencido esta etapa, ali adiante, na esquina, teremos de continuar,
porque a sociedade muda, evolui, e nós também temos que continuar lutando para
melhorar ainda mais os resultados de hoje.
E
é por isso que esta militante desta área social e de tantas outras vota com
muito orgulho, com o pouco que podemos ajudar a construir, porque, com certeza,
aqueles que labutam noite adentro zelando pelo cumprimento do Estatuto da
Criança e do Adolescente têm o meu respeito. E tenho orgulho por Porto Alegre
ser, sim, um destaque no zelo pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Muito
obrigada, e boa sorte para todos nós.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Verª Maristela Maffei.
O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº
054/06.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª Presidenta, nobre colega de Partido, Verª Maristela
Meneghetti; nobres colegas Vereadoras, Vereadores, candidatos aos Conselhos
Tutelares aqui presentes, meus cumprimentos.
Do
nosso primeiro discurso, após análise desse Projeto da escolha dos Conselhos
Tutelares até o dia de hoje, sentimo-nos gratificados com os debates, com as
trocas de idéias, de opiniões, porque nós tínhamos, neste Projeto todo, um
ponto que estava obstruindo o entendimento, que era, a meu ver, o direito igual
para todos os postulantes aos cargos de Conselheiros Tutelares, ou seja, as 120
horas de carga horária total mínima em cursos ou discussões políticas de
atendimento à criança e ao adolescente, necessárias para poder se inscrever e
ser candidato. Com os nossos acordos, os nossos acertos, reduzimos para 80
horas, podendo ser 10 horas/dia de aula, mas o mais importante, que não está
escrito nessa Subemenda, é a garantia, através do Poder Público, de que todo
aquele candidato que queira se inscrever terá a oportunidade de fazer o
concurso e poder se inscrever como cidadão de bem que quer trabalhar, resgatar
a dignidade da vida da nossa infância.
Eu
digo que hoje o Conselho Tutelar tem uma das maiores responsabilidades, uma
missão das mais importantes de que o País necessita neste momento, que é de
resgatar aquele jovem desprotegido, não o pobre, mas o jovem desprotegido do
calor humano, da sua educação, da sua auto-estima, e trazê-lo para a
convivência pátria da solidariedade, do bem e da construção de uma pátria
feliz. Os senhores candidatos a Conselheiros serão os maestros dessa revolução
cultural que nós precisamos ter neste País, para trazermos esse jovem à
convivência pacífica e devolver-lhe a sua auto-estima.
Portanto
fico muito feliz que nós conseguimos, até esse ponto do consenso dessas Emendas,
chegar a um denominador comum em toda esta Casa, que será aprovado por
unanimidade.
Teremos,
posteriormente, um discurso que traz um ponto muito importante, que já foi
tratado aqui. Eu vejo que será uma das reformas mais profundas, talvez, na escolha
dos conselhos tutelares, a escolha de um candidato pelo eleitor, oportunizando
uma pluralidade de representantes em cada Conselho da nossa Cidade. Eu acho
muito importante despartidarizar essa disputa.
Portanto,
neste País que hoje amarga essa violência, essa pobreza, essa inclusão social
da classe média para a classe desassistida, os senhores Conselheiros Tutelares
têm uma parcela muito importante para resgatarmos a alegria, a felicidade dos
nossos jovens na vida diária do nosso País. Quero parabenizar todos que estão
aqui interessados em saber o que vai ser aprovado hoje, no interesse da sua
vontade de querer trabalhar no resgate dos nossos jovens para as causas do bem.
Então, quero parabenizar os senhores que estão aqui, que demonstram o interesse
e a vontade de querer fazer pelos nossos jovens. Parabéns aos Conselheiros
Tutelares que estão aqui; àqueles que vão se candidatar. E desejo que vençam
aqueles que têm mais condições de abordar esse problema tão crucial que o País
vive hoje.
Muito
obrigado, Senhora Presidenta.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Ismael.
O Ver. Nilo Santos está
com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 054/06.
O
SR. NILO SANTOS: Exma Presidenta, Verª Maristela Meneghetti;
Senhores e Senhoras Vereadoras; público que nos assiste em geral, venho, em
nome da Bancada do PTB, dar o encaminhamento favorável à Emenda nº 9,
entendendo, sim, que aqui se mantém a porta aberta para aquelas pessoas que
querem se capacitar para terem os mesmos direitos daqueles que, um dia, tiveram
o direito de concorrer.
Parabenizo,
neste momento, em nome da Bancada, todos os senhores e senhoras Vereadoras que
se envolveram nesse processo, todas as Bancadas que se envolveram e chegaram,
então, a esse consenso. Fica aqui também o nosso desejo de que, após essa
eleição, nós continuemos discutindo esse assunto, exatamente para que possamos
aprimorá-lo, para crescermos no entendimento, crescermos no sentido de oferecer
o melhor para a nossa criança e para o nosso adolescente na cidade de Porto
Alegre. Parabenizo todos os Conselheiros Tutelares que acompanharam este
processo, desde a outra semana, todos aqueles que estão entrando neste
processo, aqueles que irão fazer o curso, aqueles que já o fizeram. Parabenizamos
todos pela coragem de apresentarem o seu nome, para que as comunidades possam
avaliar se devem ou não ser conselheiros tutelares das microrregiões.
Meus
parabéns a todos! O meu desejo é de que essas pessoas possam fazer uma campanha
limpa, uma campanha em que seja valorizado esse momento que nós tivemos dentro
desta Casa: momento de discussão, momento de democracia. Que isso seja
valorizado no momento da disputa também; que seja uma disputa democrática, uma
disputa limpa, e que quem saia ganhando nesse processo todo sejam, sim, a
criança e o adolescente da nossa Cidade.
Neste
momento finalizo, agradecendo todas as Bancadas e colocando a posição da
Bancada do PTB, uma posição favorável à Emenda n° 09. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Nilo Santos. Encerrada a discussão.
Em
votação nominal, solicitada por esta Presidência, o PLE n° 054/06. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) APROVADO por 31 votos SIM.
Em
votação nominal, solicitada por esta Presidência, o bloco formado pelas Emendas
nº 03, 06 e 09 ao PLE nº 054/06. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO
por 30 votos SIM.
Em
votação a Emenda nº 08 ao PLE nº 054/06. (Pausa.)
O SR. SEBASTIÃO MELO: Presidenta,
solicito leitura da Emenda nº 08.
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver.
Sebastião Melo solicita a leitura da Emenda nº 08 ao PLE nº 054/06 (Lê.): “Acrescenta o art. 12 ao Projeto como
segue, renumerando-se os demais: Art. 12. Altera o art. 29 da Lei nº 7595, de
17 de janeiro de 1995, que passa a ter a seguinte redação: ‘Art. 29. O eleitor
votará na mesa receptora correspondente à sua zona eleitoral, podendo votar em
apenas um candidato de qualquer Microrregião.’ Justificativa. Trata-se de
medida de adequação à moralidade. Apesar de não ser possível a apresentação de
chapas, na prática são apresentados ‘santinhos’ com o nome de cinco candidatos,
induzindo o eleitor à votação nominal em bloco, o que equivale a votar em uma
chapa. Sala das Sessões, 1º de março de 2007”. Assina o Vereador Claudio
Sebenelo”.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª
Presidente, quero encaminhar.
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Não cabe mais encaminhamentos, Vereador. A Emenda não está
destacada.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Srª
Presidenta...
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Ele não solicitou o destaque.
O
SR. SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem): A Emenda não foi destacada?
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Não foi destacada.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO (Questão de Ordem): Aí não cabe a discussão, só o encaminhamento.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Não.
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): V. Exª não solicitou; não cabe mais, sinto muito, Vereador.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Então,
votação nominal.
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Eu orientei V. Exª a destacar a Emenda.
Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. Sebastião Melo, a Emenda nº 08 ao PLE nº
054/06. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 13 votos SIM
e 16 votos NÃO.
(A
Verª Neuza Canabarro assume a presidência dos trabalhos.)
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 0142/07 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 002/07, que altera a Subunidade 02 da UEU 016,
Macrozona 03, na forma da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999, e
alterações posteriores, cria a Subunidade 04, institui Área Especial de
Interesse Social III e define o seu Regime Urbanístico.
Parecer Conjunto:
- da CCJ, CEFOR, CUTHAB,
CEDECONDH e COSMAM. Relator-Geral Ver. Mario Fraga: pela aprovação do
Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82, § 1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 07-03-07.
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Em
discussão o PLCE nº 002/07. (Pausa.)
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Srª
Presidente, eu consultei as Lideranças, e, como o Processo em votação é o PLCE
nº 002/07, nós faremos, para agilizar, só o processo de encaminhamento.
Já
aproveito a oportunidade - como o próximo Projeto a ser discutido também é do
Executivo, o PLCE nº 001/07 - para pedir o adiamento de sua votação por uma
Sessão, considerando que ainda não tive tempo de pegar, por escrito, os
resultados, solicitados por alguns Vereadores, referentes a esse Processo.
Portanto, prefiro que ele seja votado amanhã, para que não haja nenhuma dúvida
a respeito das contrapartidas que foram exigidas pelos Vereadores aqui
presentes.
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Em
votação o Requerimento da Verª Clênia Maranhão, que requer adiamento da
discussão do PLCE n° 001/07 por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Não
havendo quem queira discutir o PLCE nº 002/07, em votação. (Pausa.)
(Intervenção
fora do microfone do Ver. Haroldo de Souza.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Ver.
Haroldo de Souza, o encaminhamento é uma parte da votação.
O
Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº
002/07.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Boa-tarde,
Verª Neuza Canabarro, que dirige os trabalhos; demais colegas Vereadores e
Vereadoras, é um momento importante, porque nós estamos trabalhando na
possibilidade de realocar uma grande comunidade - são muitas famílias, milhares
de famílias - de um local insalubre, perigoso, para uma outra área adequada,
que, ao mesmo tempo, permitirá que a pista de pouso e decolagem do nosso
Aeroporto Salgado Filho possa ser alongada, estendida, possibilitando que
aeronaves com maior porte, aeronaves de carga, possam daqui decolar ou pousar,
tendo uma maior carga a ser levada. Isso vai significar mais movimento
comercial para o nosso Estado, mais ICMS. Portanto o que também interessa à
nossa Capital é que tal imposto fique no Rio Grande do Sul, porque nós sabemos
que uma parcela de ICMS é dividida pelos Municípios, porque qualquer acréscimo
de atividade industrial ou comercial para o nosso Estado também significa um
fato importante para a nossa Capital. Esse Projeto do Executivo modifica o
enquadramento do Plano Diretor daquela Região.
A
nossa Bancada, portanto, votará a favor, por essas duas questões importantes às
quais me referi há pouco. Quero aproveitar o momento para dizer que isso tudo
está sendo possível, na medida em que o Governo Federal alocada muitos recursos
para a construção das moradias das pessoas da Vila Dique. Eu lembro que, na ocasião da inauguração no novo terminal do
aeroporto, em 2001, o Governador, na ocasião, meu amigo e companheiro Olívio
Dutra, colocou no seu discurso a necessidade de que o Governo Federal
contribuísse com aquele projeto, com essa iniciativa. Respondendo, em seguida,
o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso disse que podia contar com o Governo
Federal e, logo em seguida, iria determinar recursos para essa obra. O tempo
passou, e nada aconteceu do ponto de vista do Governo Federal. Agora foi
anunciado, na Sessão da segunda-feira e nos jornais de hoje, que agora o
Governo Federal está alocando um total de 50 milhões para que se possa
construir moradias adequadas para aquela comunidade, que eu repito, mora em
local perigoso e insalubre e vai poder, portanto, ter uma moradia mais digna em
um local adequado. Portanto, o nosso voto será positivo, a favor do Projeto.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Vereador.
O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para
encaminhar a votação do PLCE nº 002/07.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª
Presidenta, Srs. Vereadores, Vereadoras, esta alteração proposta nas unidades
mencionadas da UEU 016, Macrozona 03, se torna imprescindível conditio sine
qua non, no sentido de realocar a conhecida, a chamada Vila Dique, que
todos conhecem, que é próxima ao Aeroporto Internacional Salgado Filho. Então,
neste Projeto, se atende a duas finalidades, duas finalidades básicas e
fundamentais: primeiro, se dará condições condignas aos moradores da Vila
Dique, que estão em condições absolutamente inadequadas; não diria subumanas, não, mas inadequadas, num local de
todos conhecido, junto a um dique, às margens do dique, com valões infectos,
por onde corre o esgoto, etc. e tal. Então, atende-se esta finalidade: dar-se
casas compatíveis com a dignidade humana.
Por
outro lado, atende-se a segunda e grande finalidade, que é a possibilidade de se
ampliar o Aeroporto Internacional Salgado Filho, principalmente, basicamente,
no que respeita à operação de transporte de mercadorias, de bens. É preciso
ampliar-se o aeroporto, que hoje dá prejuízos ao Estado, e que, amanhã, dará
lucro, porque permitirá que aeronaves de porte possam pousar e desenvolver toda
essa atividade econômica junto ao Aeroporto Internacional Salgado Filho. É um
Projeto da maior significação.
E
eu gostaria de chamar a atenção para o papel da Casa nesse processo, através da
Comissão de Transporte, Urbanismo e Habitação. Na época, tínhamos um impasse
naquela área, posto que estava sendo encaminhado para que o remanejo das
habitações da Vila Dique fossem para lá, nas franjas do rio Gravataí, numa área
próxima, atrás da FIERGS.
Conhecemos
um pouco a área, que, no nosso entender, não era adequada por uma série de
motivos, inclusive por possuir um lençol freático e mais uma série de problemas
que havia lá.
Então
a Comissão, a CUTHAB, convocou todos os órgãos envolvidos - comunidade, órgãos
federais, estaduais -, e fizemos, Presidenta Neuza, uma reunião no local, e,
depois de um grande debate com a Prefeitura e todos os órgãos envolvidos -
Caixa Econômica, Infraero, comunidade - ali se decidiu fazer com que outra área
deveria ser encontrada, e, nesse sentido, a partir dali, se destrava aquele
problema que ali havia.
Então,
foi uma ação da Casa, também da CUTHAB, no sentido de resolver esse problema
extremamente fundamental aos interesses econômicos de Porto Alegre, do
Aeroporto Salgado Filho e, de resto, dessa comunidade, que será levada para um
lugar compatível com a dignidade humana. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE n° 002/07.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta,
Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, antes de mais nada,
eu quero, em nome da minha Bancada, cumprimentar a Verª Margarete Moraes, que,
neste momento, está recebendo na Assembléia Legislativa o Título de Mulher
Cidadã. Essa honrosa deferência à Vereadora é, sem dúvida nenhuma, uma honra
para esta Casa, especialmente para as damas que são Vereadoras nesta Casa.
(Palmas.)
Mas eu quero dizer também que o Projeto do Prefeito,
para que seja alterada a Macrozona 3, para que possa receber 980 residências da
Vila Dique, é excelente.
O Ver. Nedel já havia comunicado, na segunda-feira,
que o Deputado Federal José Otávio Germano havia conseguido com o Ministro
Márcio Fortes, que é do nosso Partido, a destinação de 50 milhões de reais, que
serão encaminhados para essa obra, no momento em que a Prefeitura apresentar a
documentação.
Mas eu acho que é esse exemplo da Vila Dique uma das
coisas que têm que ser lembradas. Nós temos que cuidar da nossa Cidade com
muito mais atenção, e as invasões que se fazem precisam ser cuidadas, para que
não ocorram problemas como esse que atrasou em muito a realização da pista do
Aeroporto Salgado Filho.
Eu comecei a trabalhar na Prefeitura no Serviço de
Habitação Popular, e, naquele tempo, quando uma subabitação era colocada em
área não permitida, não sei como é que a fiscalização fazia; ela chegava e; no
outro dia; era retirada. Ali deixaram crescer, e, quando eu fui Prefeito,
quiseram que eu permitisse a colocação de água naquela área, e eu disse que
não, porque era uma área de risco, era uma área que interessava à Cidade, na
continuação da pista do aeroporto, para o crescimento da cidade de Porto
Alegre, para que novos aviões de maior porte pudessem chegar e sair de Porto Alegre. E o nosso colega,
Ver. Newton Braga Rosa, tem um Projeto para a criação de uma indústria de
informática em torno daquela área, o que é capaz de trazer mais riquezas,
porque ficaria junto do aeroporto e ficaria uma coisa muito boa. Espero que o
Prefeito faça rapidamente as 980 casas, e espero que esta Casa analise o
Projeto do Ver. Newton Braga Rosa, que pretende usar uma área perto do
aeroporto para a indústria de informática. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada,
Ver. João Antonio Dib.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 002/07.
O
SR. LUIZ BRAZ: Srª
Presidenta, Verª Neuza Canabarro, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, nós sempre temos que saudar
positivamente as soluções dos problemas, principalmente dos grandes problemas
da nossa Cidade, e, com toda a certeza, como este envolvendo o melhoramento, a
qualificação do nosso aeroporto
e também a melhoria de vida daquelas pessoas que moram na Vila Dique. Esse é um
dos grandes problemas que temos em nossa Cidade. Essa solução, envolvendo o
Governo Federal, o Governo Municipal e até mesmo o Governo do Estado, é uma
solução que agrada ao conjunto de toda a sociedade.
Os
50 milhões que foram transferidos para o nosso Município, Ver. Adeli Sell, de
acordo com o Ver. Guilherme Barbosa, não é praticamente algo que caia do céu. É
claro que nós temos que saudar quando o Presidente da República está disposto a
enviar 50 milhões para o Município, mas pelo muito que já foi tirado do Município
nos últimos anos, principalmente do campo da Saúde, eu acho que isso teria que
valer, Ver. Carlos Todeschini, pelo menos para resolver um problema como esse.
Vamos aplaudir, é claro, todos os Governos que estão aí juntos no sentido de resolver
essa situação.
O Ver. Guilherme é um Vereador muito qualificado,
não precisa fazer demagogia aqui dizendo que isso, praticamente, faz a
diferença entre o Governo do Presidente Lula e o Governo Fernando Henrique.
Não. O que um deu para Porto Alegre, enviou para Porto Alegre, em matéria de
recurso, e o que outro enviou, basta-nos olhar os números de transferência do
SUS e vamos chegar à conclusão de que o Governo Lula retirou muito e continua
retirando, infelizmente, do campo da Saúde, infelicitando milhares de famílias
que precisam de atendimento.
Mas
essas aqui é que nos interessam agora. São 980 famílias; dessas 980 famílias,
algumas que possuem carroças não vão ser assentadas nessa área onde a maioria
das famílias vão ficar, porque as famílias que trabalham com carroça vão ficar
num lugar melhor para que elas possa utilizar a carroça. Eu acho que essa
providência é fundamental para que todas as famílias possam estar bem. Além de ficarmos torcendo, Ver. Sebastião
Melo, para que essas residências que vão ser levantadas para que essas 980
famílias possam ocupar, que isso possa ser feito com muita qualidade, porque
são 50 milhões de reais para 980 famílias. Nós vamos ter cerca de 20 mil
reais, Ver. Todeschini, para cada uma dessas residências. Eu acho que é quantia
suficiente, para que possa ser levantada uma casa razoável, para que as pessoas
possam morar decentemente, dignamente. Então vamos realmente - e eu acho que
esta é uma missão nossa, de Vereadores - fiscalizar as construções, para que
elas realmente não sejam da qualidade daquelas, que foram construídas na Vila
Nova para acolher aquelas pessoas que foram retiradas lá de perto do Jóquei
Clube, para resolver o problema da construção do Big (supermercado). Realmente,
aquelas famílias não receberam boas residências, todas elas ficaram a desejar
com relação à qualidade das residências que elas receberam. Não foi construção
do Governo Municipal naquela época, foi construção da empresa que tinha um
compromisso com o Município para levantar aquelas residências, e eu acredito
que aquele compromisso foi muito mal cumprido. As famílias que para lá mudaram
realmente reclamaram.
Então vamos esperar que pelo menos essas famílias
aqui da Vila Dique possam receber agora boas residências com esses,
praticamente, 20 mil reais para cada residência, não é?
O Ver. Ismael Heinen, que é um construtor, um homem
que mexe com construções, sabe muito bem que esse dinheiro é suficiente
realmente para resolver esse problema, uma vez que o terreno tem solução já
dada, a área já está resolvida. Então esses 50 milhões de reais vêm
especialmente para as construções. E, ao mesmo tempo, aquilo que nós realmente
desejamos, todos nós aqui do Rio Grande do Sul: que o nosso aeroporto possa
estar acabado, que ele possa ser terminado, que ele possa receber a ampliação
que todos nós desejamos, para que ele possa operar na sua integralidade, com
tudo aquilo que realmente nós temos direito. As pessoas que vêm nos visitar têm
direito, e eu acredito que vai servir para melhorar, inclusive, a própria
Economia do Rio Grande do Sul nós termos um aeroporto melhor aparelhado como
vai ficar agora o nosso aeroporto aqui em Porto Alegre. Muito obrigado,
Presidenta Neuza.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 002/07.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª
Presidenta, Verª Neuza Canabarro; colegas Vereadoras e colegas Vereadores, este
é um assunto que vem de longe. Esta Casa mesmo debruçou-se - através de
comissão externa, Comissão Especial -, e vem de longe a melhoria do nosso campo
de aviação, que até há pouco tempo se transformou em aeroporto já lá no Governo
Britto, onde há modernas instalações. Agora, do ponto de vista das cargas,
ainda está pendente, porque muito não se pode fazer aqui no aeroporto em função
da extensão da pista. Para isso trabalharam de forma articulada os três entes
federados - o Governo Federal, o Governo do Estado e a Prefeitura -, para
chegar ao ponto da transferência parcial dessas famílias da Vila Dique.
Eu disse na discussão - Presidenta Neuza, que
discutia o Parecer - que nós
chegamos hoje à casa das 700 vilas irregulares em Porto Alegre. Então há muitas
“vilas diques” espalhadas na Zona Leste, no Extremo Sul, Sul da Cidade e, de
resto, em toda a Cidade. E é evidente que expandir a pista do aeroporto é
importante, ninguém tem desacordo em relação a isso. Mas eu fico triste é
porque, infelizmente, o capital sempre sobrepõe o humanismo. Essas famílias só
estão sendo transferidas para um local mais digno, só vão ter construções mais
dignas, porque é necessário estender a pista do aeroporto, senão, gerações e
gerações permaneceriam ali.
Então
é evidente que esta Casa, com certeza, no seu conjunto, não tem por que votar o
contrário, mas eu quero fazer uma reflexão, e esta reflexão me leva na seguinte
direção: os Governos precisam, urgentemente, encontrar políticas públicas para
as Regiões Metropolitanas! As cidades, Ver. Guilherme, cresceram
geometricamente, enquanto que os serviços públicos cresceram aritmeticamente. E
não há espaço, hoje, de convivência, há criança que nasce, cresce e não conhece
uma praça até os sete, oito, nove anos, porque vive numa região em que podem
brincar apenas na beira de um arroio!
Campo
de futebol? Em extinção! O cachorro, o gato, o cavalo convivem diariamente
nessas vilas populares com o cidadão. Esgoto a céu aberto; quando bate o sol,
aquele horror fétido!
Então
nós temos, na verdade, dois “brasis”,
duas “porto alegres”, de resto, duas “curitibas” e qualquer outra cidade
grande, porque existe aquela em que o asfalto chegou, em que a iluminação
pública chegou, em que as mínimas coisas do serviço público chegaram, e nós
temos centenas de vilas populares em que não chegaram os serviços públicos!
Então
isso foi feito para que essas famílias possam ter uma vida melhor? Que ótimo! E
aí, meus caros Vereadores, eu vi avanços extraordinários que vieram no Plano
Diretor, mas acho que ele está muito modesto ainda do ponto de vista da
regularização fundiária.
Eu
acho que este é um debate, um capítulo que vai merecer especial atenção na
equação do Plano Diretor, que, pelo que li, pelo que vi, pelo que senti, por
uma leitura - é verdade - ainda empírica, nós precisamos aprofundar, porque tem
uma legislação, chamada Estatuto da Cidade, maravilhosa, mas que precisa, pelo
menos, ter alguns de seus capítulos regulamentados; e não apenas alguns dos
seus capítulos, pois precisa avançar. Não pode alguém deter a posse de um
terreno por 20, 30 ou 40 anos continuados, e o Poder Público não dar condições
de transformar essa posse em propriedade: “Você não pode ficar aqui, mas, ao
mesmo tempo, eu não garanto a sua transferência para nenhum lugar”. Então eu
acho que, ao votar este Projeto, é preciso olhar um pouco dessa floresta, quer
dizer, a nossa Cidade não é uma ilha; a grande massa da população brasileira
está concentrada nos grandes centros. E que bom que o Prefeito Fogaça traga, ao
final do ano, a discussão mundial sobre as cidades, quais os caminhos que as
cidades devem apontar para melhorar a qualidade de vida! Isso que nós estamos
discutindo tem tudo a ver, porque há milhares de pessoas que vivem hoje como os
nossos irmãos da Vila Dique, que merecem uma melhor opção nesta Cidade,
indiscutivelmente. Muito obrigado, Srª Presidenta.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro):
Obrigada, Ver. Sebastião Melo.
O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº
002/07.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN:
Exma Srª Verª Neuza Canabarro, presidindo a
nossa Sessão neste momento, é um prazer; eu quero também aproveitar para
parabenizar nossas Vereadoras na semana maravilhosa do Dia Internacional da
Mulher.
Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nós
estamos diante de um Projeto que é um dos Projetos críticos de Porto Alegre,
que é o nosso aeroporto. Nós sabemos hoje que o nosso aeroporto, Ver.Luiz Braz,
funciona com um alvará provisório, porque ele não tem como ter um alvará
definitivo, devido, justamente, a essas casas na cabeceira da pista. A
Prefeitura hoje utiliza uma Lei deste Vereador sobre o uso do alvará
provisório. Sobre a transferência desses moradores, em função da transformação
dessa área em Área Social, temos os seguintes dados: são 980 famílias e 50
milhões de reais, ou seja, são 50 mil reais, nobre Vereador, um pouquinho mais,
por unidade. Eu vejo, o que é uma qualificação do que está sendo feito hoje,
casas padronizadas, essa aqui com dois dormitórios, mas casas sólidas, e quero
dar parabéns ao nosso Departamento Municipal de Habitação.
Mas,
como Vereador, preocupo-me muito com a dignidade de bem morar, e esse Projeto,
no art. 4º, inciso II, Srª Presidenta, diz da isenção de bacia de retenção de
águas pluviais. Isso me chamou a atenção para um problema que a nossa Cidade
está enfrentando, um problema muito sério, que são as inundações provenientes
das pancadas fortes de chuva, que é uma caída pluviométrica momentânea acima da
capacidade do escoamento pluvial da nossa Cidade. Se nós tivéssemos e estamos
encaminhando um Projeto nesse sentido - microbacias de retenção de água
pluvial, a nossa Cidade não teria esse problema, e o Poder Público não
precisaria cavar em praças públicas para tentar fazer bacias pluviais de
retenção. Eu vi no jornal: três milhões de reais para fazer uma bacia de
retenção lá no bairro Três Figueiras. Agora, se cada morador fizesse, tivesse
ou fosse obrigado a fazer... E nessas 980 casas, acho que, desses 50 mil reais,
Ver. Luiz Braz, a Prefeitura pode sistematizar algo para fazer essa microbacia
de retenção, que nada mais é do que um reservatório d’água, no qual a água da
chuva é retida e, depois, um terço é despejado em menor vazão, sobe de novo e é
retido, no mínimo, 30%. Ao menos aquela região não vai ter esse impacto, se já
começarmos por esses prédios públicos. Agora, se cada condomínio de Porto
Alegre tiver essa captação de água da chuva, o próprio condomínio, em um ou
dois anos, paga a sua própria dívida e começa a ter lucro no aproveitamento da
água da chuva para molhar o seu jardim, para lavar o seu carro - o que hoje não
é proibido, só a calçada -; teremos uma Cidade mais limpa, mais ecológica e
protegida, com certeza, de uma parcela grande dessas inundações que nós temos
na nossa Cidade.
Eu
dou os parabéns à Prefeitura, estamos a favor de aprovar esse Projeto, mas
devemos voltar, esta Casa, a estudar essa proposição em casas que têm essa
contribuição social, fazermos para eles essa pequena bacia de contenção, que é
um reservatório de água da chuva.
Então,
eu quero deixar esse alerta aos Vereadores que se interessam por isso, também, no
sentido de propiciarmos uma melhor qualidade de vida para a nossa Cidade, pois
vidas, inclusive, estão sendo arrastadas pelas enxurradas no interior do
Estado! Isso pode acontecer em Porto Alegre também. E é bom virmos aqui para
debater e achar uma solução altamente viável, econômica, e que vai nos trazer
um aspecto de vida melhor para a nossa população. Muito obrigado, Srª
Presidenta, nobres Vereadores.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): A
Verª Clênia Maranhão está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº
002/07.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª
Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, nós estamos tratando, neste momento, de um segundo
Projeto muito importante, um outro Projeto do Executivo, e acabamos de votar um
Projeto extremamente relevante para a Cidade, que amplia o número de
Conselheiros Tutelares e qualifica o processo das eleições no nosso Município.
E agora também estamos com outro Projeto do Executivo, de extremo significado,
porque trata exatamente dos interesses das pessoas que mais precisam.
Nós,
as Vereadoras e Vereadores que já estamos há muitos anos nesta Casa, já
visitamos muitas vezes a Vila Dique; muitas vezes recebemos, nas nossas
Comissões técnicas, as companheiras e companheiros moradores daquela região.
Nós sabemos que aproximadamente 980 pessoas moram naquela região, muitas delas
em condições de subabitação, em uma região sem infra-estrutura. Portanto o
Projeto que nós estamos tratando neste momento, que faz o gravame, colocando
como área de interesse social os 21 hectares de terra daquela região, é um
avanço na política de habitação popular do nosso Município. Nós estamos também
relembrando que, nesse Projeto, além da Habitação, nós estamos tratando da
inclusão de equipamentos comunitários para a região onde que serão alocadas as
famílias da atual Vila Dique. Lá estão previstas praças, creches, equipamentos
sociais e comunitários, que serão fundamentais para integrar as famílias que
habitarão, conjuntamente, nessa região.
Chamou-me
também a atenção, positivamente, a preocupação com a qualidade da moradia. O
Ver. Luiz Braz nos lembrou aqui de uma experiência muito triste. Nós,
inclusive, chegamos a visitar mais de uma vez uma população que foi
transferida, e suas casas tinham problemas de construção desde o primeiro dia -
recordo-me inclusive que havia dificuldade de colocar uma escada que era
necessária dentro da casa, o que era uma questão de segurança para as crianças
que nelas residiam.
Portanto
eu acho que é importante também colocar aqui o Projeto do Executivo que
contempla uma proposta de casa chamada Casa
Térrea, com dois quartos, melhorando as condições das habitações em
áreas com infra-estrutura e com equipamentos sociais. É um Projeto do
Executivo, mas construído em parceria - durante o ano passado nós acompanhamos
essa questão, e esta Casa contribuiu com um longo processo de discussão feito
entre a Prefeitura de Porto Alegre e o Governo do Estado, para que se chegasse
a um consenso -, e essa parceria entre a Prefeitura, o Governo do Estado e o
Ministério das Cidades, do Governo Federal, é que finalmente vai possibilitar
esse velho sonho de moradia de pessoas, em uma região com equipamentos sociais,
comunitários e com uma infra-estrutura adequada. Essa realidade também nos
permitirá obter o avanço das tratativas para a ampliação do aeroporto de Porto
Alegre - não precisamos falar para ninguém sobre a situação de caos dos
aeroportos brasileiros. Portanto eu acho que esta Casa, votando nos próximos
minutos esse Projeto, estará fazendo uma contribuição ao Projeto do Executivo
que está aqui. O espírito de diálogo, de governança e de somar esforços é que
faz com que avancemos nesse processo e, enfim, estejamos tratando aqui da
questão da Vila Dique.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Não
havendo mais inscritos, colocamos em votação o PLCE nº 002/07. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por
unanimidade.
O Ver. Professor Garcia solicita verificação de
quórum. (Pausa.) Visivelmente não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da
presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 16h23min.)
* * * * *